A Fifa chocou o mundo nesta quarta-feira com o anúncio de que a Copa do Mundo de 2030 será disputada em seis países e três continentes: jogo de abertura no Uruguai (homenagem ao Mundial de 1930, o primeiro), mais um jogo na Argentina e outro no Paraguai, e então todos as demais 101 partidas em Espanha, Portugal e Marrocos. A abertura será na América do Sul, enquanto o restante das partidas acontecerá depois na Europa (onde será a final) e na África. Todas essas seis seleções já estarão automaticamente classificadas para o torneio.
Trata-se de uma decisão sobretudo política. Havia duas candidaturas para receber a Copa de 2030: uma da América do Sul – que nasceu com Uruguai e Argentina, depois reforçada por Paraguai e Chile) e outra da Europa (inicialmente Portugal e Espanha, mais tarde Marrocos se juntou). A escolha se daria pelo voto das 211 associações nacionais de futebol que formam a Fifa.
Por história, por tradição, faria sentido fazer a Copa de 2030 no mesmo lugar que a edição inaugural do torneio, em 1930. Mas é seguro afirmar que a candidatura de Espanha, Portugal e Marrocos era favorita: maior poderio econômico, clima mais atrativo na época da Copa (junho/julho), mais estádios em condições. E a Copa de 2026 já terá sido disputada na América (do Norte), com fusos horários muito parecidos aos da América do Sul.
A solução encontrada contempla as duas candidaturas. Se houvesse uma disputa, seria provável uma derrota da América do Sul. A Fifa seria acusada (como aconteceu com o COI, que escolheu Atlanta e não Atenas para receber a Olimpíada de 1996) de não respeitar as próprias tradições.
O arranjo atual contempla a América do Sul (que vai ter três jogos importantes, em vez de nenhum), a Europa (que fica com a maior parte da Copa, inclusive a final) e a África, que volta a receber jogos desde 2010.